Nickelodeon, um dos canais infantis mais marcantes de todos os tempos, foi recentemente envolvida em uma polêmica significativa com a série documental "Quiet on Set".
Antes de tudo, gostaria de compartilhar um pouco sobre minha própria conexão com a Nickelodeon. Eu cresci em uma casa onde não tínhamos todos os canais fechados em nosso pacote e a Nick era um dos únicos realmente interessante que estava disponível. Eu e minha irmã passamos incontáveis horas em frente à nossa TV de tubo CCE, imersas naquele universo. Nas férias, até as madrugadas estavam reservadas para o "Nick at Nite", quando era hora dos clássicos passarem.
O recente burburinho envolvendo "Quiet on Set" não passou despercebido e me tocou em um lugar bem sensível e acredito que tocará também em muitos que cresceram acompanhando o canal.
"Quiet on Set" é uma minissérie documental de quatro episódios que expôs sérias questões sobre os bastidores de várias produções da Nickelodeon. A série trouxe à tona relatos bem fortes de ex-funcionários e atores mirins que participavam do canal, destacando problemas de conduta inadequada e abusos. As revelações incluíram acusações de assédio moral, racismo, em alguns casos, alegações de abuso sexual envolvendo pessoas bem influentes da época.
Para os fãs daquela época, eu inclusa, foi bem difícil conciliar as memórias de uma infância feliz assistindo a Nick com as alegações tão perturbadoras. No entanto, também é crucial reconhecer a importância de alguns documentários para revisitar assuntos que precisam ser abordados.
Sem dúvidas, um dos momentos mais impactantes do documentário foi o forte relato de Joe Bell, pai do ator Drake Bell (Drake em Drake and Josh). A medida em que ele vai narrando detalhadamente tudo o que ele e o filho viveram na época, é impossível não sentir um nó na garganta. Confesso que chorei bastante nesta parte.
Para quem, assim como eu, teve uma ligação com a Nick, recomendo a assistir desde que esteja ciente de todos os gatilhos que relatei acima, pois além de ser um documentário difícil de assistir, é impossível rever as obras com os mesmos olhos.